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02 October 2008

American Music

Pronto, e lá foi aprovado o Plan, falta só a rectificação pelo congresso, agora sim, vamos ver se esta injecção de capital no mercado financeiro serve para alguma coisa ou, como outros mais pessimistas afirmam, se serve apenas para adiar por mais uns dias o Apocalipse, com cavalos magros e cavaleiros rotos (bv).

Afirmam uns, que o paradigma do neoliberalismo chega agora ao fim, que outro terá de ser descoberto, praticado, qual será ninguém sabe, talvez assim uma coisa como Gorbatchov falava nos tempos pós-Perestroika naquele famoso debate da Tsf , no programa Flashback(quando se discutiam coisas de facto interessantes, e aqui é a esclerose a falar), uma fusão entre um estado controlador dos seus sectores fundamentais e um tecido económico liberal qb, sempre submisso á lei forte do estado; curioso, faz-me lembrar a China...bom, dizia eu que com o final deste modelo finda também uma sociedade com(e é mesmo com)sumista responsável pelo subprime nas principais Empresas Financeiras Mundiais, é que ao contrário do que usualmente tenho lido e ouvido por aí penso ser erróneo estar-se a ter como culpado único o mercado de crédito hipotecário americano sem atribuir culpas ao cidadão, ele sim, o primeiro responsável na contracção de créditos que sabia não poder pagar, com taxas de esforço herculaneamente parvas (e aqui vêm os moralistas atribuir culpa ao marketing, estupidificando o eu, o individuo, coisa que me repugna) responsabilizando-se jovens CEOs de Wall Street por tão vil actos.

De facto têm responsabilidade, pela venda de créditos a terceiros sem a devida substantivação do bem vendido ou hipotecado, no jogo e especulação que raiava o abstracto teológico mas devem ser distribuídas por todos, não minimizem a importância do papel do cidadão-consumidor por este desfecho.

Eu por mim, espero que a América me continue a dar musica, continuo a preferir este modelo à ode a Mao Tse Tung... consequentemente viro a minha atenção para os votos em futuras eleições por esse mundo fora em soluções milagreiras de extrema esquerda, por forma a se redimirem (nós, vós, eles) de suas culpas no seio de tão humana ideologia, a do eu, a do coitadinho.


2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

PERDOAR-ME-Á, mas ontem, a propósito do escrito da Blondewithaphd lá no nosso projecto colectivo em que nos costuma visitar, deixei esta reflexão:

Já vi alguns proclamarem que depois da Grande Depressão esta é a crise mais grave que enfrentamos, outros a asseverarem que num espaço temporal relativamente curto esta é a segunda vez que nada será como antes (a primeira foi com o 11 de Setembro) e ainda ontem tive a oportunidade de ver Carlos Abreu Amorim e Soromenho Marques a divergirem.

Por isso, e para já, é certo e seguro que a CRISE, pelo menos, trouxe algo de novo: abalou as certezas e as convicções absolutas com que se movimentavam os arautos do liberalismo e da desregulamentação a todo o preço.

A CRISE, infelizmente, levanta uma preocupação para a qual não vislumbro resposta imediata. Eu, que ainda por cima, sou fracote a ECONOMIA.

O Estado Social, tal como o conhecíamos e no modelo que tem sido seguido, esgotou-se e, até ao momento, não foi possível reinventá-lo. Eis um dado seguro.

Paradoxalmente, em Portugal essa função plena do dito Estado Social nunca se cumpriu nem foi conhecida pelos cidadãos, especialmente pelos mais desvalidos e desprotegidos.
A questão é que, submergidos num individualismo atroz (a OUTRA CRISE, a dos VALORES) nunca se quis saber disso, e desses para nada.
As nossas reacções costumam ser, geralmente, corporativas (quando a coisa vai ao nosso bolso), cimentadas pela crónica inveja ou a toque da Comunicação Social.

Daí que, apesar de considerar que não devemos menosprezar a CRISE, também devíamos valorar (e muito) a nossa pequena crise dos salários em atraso …
É que já não basta os nossos salários serem parcos, estarem a divergir da média europeia como, ainda por cima, anda muita gente sem os receber!

É bem certo e é bem sabido que o que é crónico, já não é notícia mas, ao caso, importaria não desconsiderar nem desvalorizar excessivamente o facto dos salários em atraso em Portugal terem aumentado face à CRSIE que se vive em Wall Street e outras praças financeiras.

Aliás, a gravidade da CRISE reflecte-se nas manobras desesperadas da Casa Branca (embora o seu inquilino já tenha dado provas que com ele vale tudo para alcançar os seus objectivos, assim como muitas das vezes por detrás da agenda visível existe uma oculta) que, depois do chumbo do Plano Paulson no Congresso, o levou ao Senado e, aí tendo sido aprovado, agora o remeta ao Congresso com aquele SIM a servir de arma de pressão.

"Os americanos esperam e a nossa economia exige que a Câmara adopte esta semana esta boa lei e a reenvie ao meu gabinete", comentou Bush após a aprovação no Senado, por 74 votos contra 25, do plano de injecção de 700 mil milhões de dólares (501 mil milhões de euros) no mercado monetário.

O texto aprovado no Senado introduz um aumento da garantia pelo Estados dos depósitos dos clientes dos bancos, subindo o limiar garantido de 100.000 para 250.000 dólares (de 71.500 a 179.000 euros).
Foram também introduzidos créditos de impostos sobre a classe média e empresas.

Entretanto, e dando provas que a CRISE é real e gera preocupação em todo o lado, o presidente do Eurogrupo e Primeiro-Ministro luxemburguês, Jean-Claude Juncker, afirmou-se "muito aliviado" com a decisão do Senado

Na opinião do presidente do Eurogrupo, a aprovação do plano de salvamento do sistema financeiro norte-americano iria "certamente contribuir para acalmar os mercados".

Por outro lado, garantiu que na Europa não será necessário adoptar um plano semelhante, uma vez que o sistema financeiro europeu, disse, é "mais estável".

Será?


Finalizo dizendo que eu próprio prefiro um modelo imperfeito à americana do que um modelo perfeito à chinês, embora suspeite que vai ser a próxima patranha que nos vão tentar vender.

Fri Oct 03, 10:43:00 AM GMT  
Blogger Contacte-nos said...

Retribuo o elogio a si e seus amigos, e obrigado caro Ferreira Pinto por tão dedicada observação, é que isto de ser um navegador solitário é dificil e são palavras assim que nos animam,

obrigado,

João Pedro

Tue Oct 07, 10:13:00 AM GMT  

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