Muros, pedras e eu.

Steven Holl´s Chapel



O processo mantêm-se, vagaroso, solitário, ciumento e exigente; já temos o terreno, sabemos as nossas necessidades, valores de construção máximos e no entanto está difícil descobri-lo, desenha-lo para o habitar, o meu lugar neste mundo.

O Pedro passou no terreno, deu uma olhadela sobre a exposição do terreno, vias de acesso e surrondings e basicamente está de acordo com as minha opções (como é importante para mim a opinião do meu Project mate) sobre o desenho formal e volumetrias; serviu também para me tirar da minha solitária introspecção projectual e abrir o âmbito das opções ; algumas observações funcionais que ele me transmitiu vão de certeza ser importantes...agarrar na cota de implantação e desenvolver o projecto horizontalmente, descolar-se uma lâmina do terreno pareceu-me interessante, apresenta-se quase como um novo paradigma projectual, no entanto as minhas grandes batalhas mantêm-se; optar por qual linguagem?
Mimetizar?
Buscar pontos notáveis e pré-existências e reinventa-las?
Ou fazer como na opção do Pedro S. simplesmente ignorar, maximizar índices e condicionantes com a criação um objecto arquitéctónico auto-gerador de notabilidade?
Humm, não me parece que seja essa a minha escolha...o Mediterrâneo fascina-me, o branco, os planos caiados, os páteos, a pérgola com parra, a sombra protectora, o som, as oliveiras, o prado de sequeiro no ribeiro a Sul...como condensar a minha vida num volume, num espaço, e as tensões?

Prova exigente que os meus amigos proximos não entendem, não entendem que tenho de ter Steven Holl, com a apreensão in sitú de Siza, o Classicismo da Tragédia Grega com a irreverência conceptual de Mecanoo.
Confusão? Não somos nós esta ou qualquer outra confusão? E agora tenho de desenhar, o que eu sou...

Percebem agora?