Last Christmas
Sentado a olhar para a lareira recorda o que se passou naquela semana, na noite chuvosa de Natal, teria sido um sonho ou um penoso despertar para uma dolorosa realidade que evitava?
Levanta-se e volta a encher o copo com o Brandy que o seu tio lhe oferecera 5 anos atrás quando festejava o seu breve e fugaz casamento que agora o fogo crepitante e o vazio daquela sala lhe fazia enfrentar, estava frio, e lá fora o bater das árvores e o vento não ajudavam ao conforto de espírito que precisava, era necessário beber aquele mel, para esquecer.
Abriu a porta e os meninos entraram barulhentos ansiosos para ver as Prendas, entre gritos, beijos e abraços encaminha-os até à Árvore, alta esbelta, carregada de luz com a estrela lá no alto a iluminar aquela sala grandiosa , atrás vêm ela, magnânime poderosa, beija-o e deseja-lhe bom Natal, está cansada pede que a desculpe que vai repousar um pouco, já voltará.
A noite vai longa, aninhado no chão olha para os rapazes, todos estão silenciosos como só os inocentes dormem, ela não se levantou... De manhã acorda e procura-a, não a encontra, ao seu lado um insipido papel diz que não pode mais, pede desculpa e que leva os meninos.
A garrafa está vazia, anda lentamente com uma chave de ferro na mão, abre a gaveta da sua secretária, aí se encontra a sua saída, está demasiado frio.
Isto de se andar a ler Poe dá nisto...:)
3 Comments:
Cum catano!
Estou que nem posso ... este dom para esta escrita, num registo mais dramático e denso, não está mal não senhor.
A musa inspiradora, esse senhor do mistério e do suspense recomenda-se!
Obrigado caro Ferreira:)
Quase morri de frio na sala e fiquei com o sabor do brandy nos labios.... por isso melhor descrição não pode haver... parabéns... e no fim disto tudo ainda pesca o senhor escritor... muito bem.
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