Ask for thyself another Kingdom

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18 July 2007

Trips


Falemos do verão, falemos da globalização. Engraçado como a percepção da globalização apenas toma forma na época estival, é agora que nos assumimos como viajantes, viajeiros globalizados, conhecedores dos recantos mais íntimos do Planeta e especialmente daquele spot que só nós conhecemos, aquele ali, naquele pais estranho e com índice de coolness proporcional ao numero de doenças que se podem tomar pelo jantar.
Basta um pequeno voo nesta caixinha de mega-bytes para conheçermos a Joana, advogada de profissão, que mergulhou nas águas translucidas e repletas de tubarões venenosos (sim, porque os há) de uma ilha ao largo da Jangilândia, ou do Ricardão, Arquitecto, que foi caminhar para os Picos da Malásia ver tigres zebras ou nadar nas águas do perigoso rio Karmaputra onde abundam lagartixas de rabo torto, o ultimo desafio para experientes "Padi-divers".
Durante o resto do ano de vez em quando também perdemos a cabeça e vamos pelo Inverno á neve (não consigo deixar de rir quando oiço isto) ou mais radical ainda dar uma volta até Paris e enfrentar aquela malta selvagem no seu habitat natural, muitas vezes desarmados e sem conseguir comunicar com tão hediondos canibais culturais. Porquê esta tradição viajeira? Porquê esta necessidade de nos Globalizarmos para todos? O que é que antropológicamente nos faz exigir tal missão?
Deixo-vos este pensamento á discussão...e não aceito respostas a nível individual, visto ser uma característica da espécie, sim, não penses que tu és único meu amigo...

2 Comments:

Blogger a gaija trendy said...

Não sei, será por uma questão de moda? Esta ideia de se "publicitar" as férias parece estar relacionada com outra ideia ainda mais peregrina, a de se ser diferente, fazer coisas diferentes, fugir do turismo de massas etc, etc... como se fosse assim que se "medisse" a individualidade de cada um. Embora se viva numa sociedade global, as pessoas pretendem deixar a marca do seu Ser individual, mas parece que só pode ser com coisas fabulásticas, diferentes. Porque até agora ainda não vi ninguém a falar, a postar, a descrever sobre as suas férias, por exemplo, na Costa da Caparica...
A globalização existe, é um facto, é o que me permite estar aqui hoje a ler este texto (e outros), ver fotos e vídeos sobre viagens recambolescas, pitorescas e mais escas, mas eu acho que as pessoas querem tudo menos se globalizar... Ah, e já que falas em Antropologia, que pena que muitos desses viajantes sofram de uma coisa chamada etnocentrismo, que significa, nada mais nada menos, que ver e entender a cultura dos outros à luz da sua própria cultura.
(Não sei se esta minha resposta é individual ou n)

Thu Jul 19, 09:03:00 AM GMT  
Blogger tiagugrilu said...

Ponto 1 - Ir "à neve" é de facto genial. Engraçado é que "neve" neste caso não é só água gelada em mantos fofinhos, é um lugar. Mais "in" se for fora de Portugal, claro. Completamente "out" se for na serra da estrela, obviamente.

Ponto 2 - A tradição viajeira terá que ver com a necessidade de escapar ao quotidiano e talvez com a pulsão de ir onde mais ninguém vai... O que nos faz ir é a repulsa pelo ficar. O que nos faz ir onde supostamente mais niguém vai é a necessidade de nos sentirmos únicos, diferentes, originais.

Tue Aug 07, 02:51:00 PM GMT  

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