Eu já escolhi...é o Publico

O Publico, esse aglomerado de resmas de papel diário decidiu lançar o concurso dos 7 horrores de Portugal, por certo para ir na embalagem do outro concurso da praça de touros que almeja obliterar (aqui ficava melhor o termo "oblivion" Inglês) a carga histórica das 7 maravilhas do mundo e matar todo e qualquer simbolismo, civilizacional iconográfico e imperial do mundo antigo, essa sim, parte real do Património inteligível de todos nós.

Apesar do que eu penso sobre essa acção de propaganda de um qualquer iluminado holandês, o nosso querido diário apoiado num jornalismo acéfalo que vive de press-releases ou outras fontes de igual valor intelectual, lembrou-se de criar uma lista para eleger os piores sete de Portugal, incluindo nessa Lista edifícios como o conjunto urbano da Praça de Londres, da autoria do modernista Cristino da Silva, e talvez a única entrada marcante em Lisboa para o então recem-criado Aeroporto da Portela; a Sé de Braga, o Cristo Rei em Almada - parte do imaginário e Ícone da cidade de Lisboa; edifícios de inspiração Tardo-Barroca que por razões históricas era comum realizar por iniciativa clerical e talvez mais meia dúzia de edifícios ditos "normais" de gosto duvidoso.

Apraz-me dizer é o seguinte:

1. Julgo abusivo usar os nomes de Arquitectos, Críticos de Arte ou Antropólogos para transmitir a ideia de que a base desta escolha emergiu após cuidada introspecção (imagino...)

2. O Publico afirma na noticia que por falta de consenso decidiu incluir todos os escolhidos pelos Críticos na Lista para a votação ao povo, voltou a errar, pois o que deveria ser considerado era aquilo que em comum os críticos consideravam como edificado sem valor histórico, estético, patrimonial ou outro, não a globalidade díspar.

3. Como dizia a minha querida professora de 1º ano...."- João, os gostos não se discutem, lamentam-se.."

...e como eu lamento o do Publico.