Ask for thyself another Kingdom

director`s uncuted(issima) version

29 April 2008

Sermão aos peixes

http://www.kumaraart.com/images/gallery/northtosouth/surfcasting.jpg



Apanho o material na garagem e faço-me à estrada, uma picada de 2 kms até à praia mais próxima num sábado quente e cheio de gente, não quero saber, quero pescar, tenho de entreter a minha cabeça com qualquer coisa, que seja na luta com um Sargo, um Pregado, um saco de plástico ou nada, tanto me faz, a cabeça é que tem de descansar, urgentemente.

Praia

Cheguei à Duna, pelo aspecto do parque de estacionamento isto está carregado de malta a passear os biquínis das namoradas comprados nos últimos saldos lá no shopping ou lá no..como é que se chama aquela coisa para onde a malta vai..humm, Brasil, é isso, prontos a serem estreados hoje.
Espreito para a praia e as minhas mais pessimistas previsões concretizam-se, Lisboa está aqui, coesa, bem juntinha, estacionada provisoriamente em toalhas, e eu com cana, balde (já sei para que é o balde...) e mochila às costas a olhar no cimo da Duna para a população qual Pedro o Pescador dizendo, - urbe, afastai-vos e deixai-me passar, pois tenho uma missão a cumprir.

Bem dito bem feito, jogo-me duna abaixo todo aparelhado de material quando de repente a urbe se vira e me contempla...estaco, paralisado caio em mim, o que raio é que eu estou a fazer àquela hora na praia de balde na mão e cana às costas ? Enlouqueci, pifei pensei, hoje, saturday afternoon fever, dia de Verão por excelência para as pessoas semanalmente confundidas de vida pela metrópole e eu aqui na praia convencido que ainda é Inverno e que isto está vazio de seres...
Inverti a marcha, virei as costas à multidão, que ouvi lentamente retomar a cadência balnear hipnótica e ritualizada com os gritos obrigatórios - O Ritinha olhaaaá bóla, e o mais famoso, - O Manél não me deixes a criança ir para a água, ólha-me a digestão, entremeados por irritantes tac-tac, tac, tac-tac...

"Com mil trovões e demónios filibusteiros para as raquetas da Ritinha", diria Hadock!

Olhei em frente para o cimo da Duna, olhei para trás, por cima do ombro, para a praia, hesitante...se ao menos um pouco de praia ainda estivesse livre, não serei derrotado pela multidão, não hoje, a necessidade de paz de espírito, alguém diria de expiação, fala mais alto, desculpa lá Pedro, mas hoje vais pescar, sobe as costas e enche o peito, ergue a cabeça e enfrenta-os, todos têm direito a qualquer coisinha e a tua é a de paz.
Agora sim, desço para a praia, confiante.

Entre cachos de grupos (unidade de medida balnear) fui sendo descoberto por alguns amigos que estupefactos me perguntavam para quê o balde, a mochila e a cana em tão cedo e agitada hora, - Bem, ahh, ia respondendo, tentando arranjar alguma explicação lógica para a situação, - Sabem, hoje está quarto-crescente (sei lá eu que lua é que estava, só me veio à cabeça o Império Otomano e as barbas do Sulimano) e daqui a pouco começa a mudança de maré e tal , e vou ver se apanho qualquer coisinha dizia, assim fui passando incólume pé-ante-pé fazendo um "largo" no mar de gente até descobrir uma zona mais vazia, apenas com uns nudistas e alguns binómios patrões-secretárias protegidos por corta-ventos ambos usuais efémeros residentes em zonas mais desertas de praia e olhares.

É aqui.

O burburinho era menor, já não ouvia ou via as raquetas da Ritinha,apenas um aglomerado policromático ao fundo e na minha frente o roar sísmico das ondas, partindo-se com grande violência, o "spray" da rebentação abraça-me o rosto, refrescante depois da caminhada.
- Bom, vamos então a isto, cana montada, carreto colocado, linha passada e chumbada, chumbada? Oops, deixei as chumbadas mais pesadas em casa, apenas uma de 160 gramas escondida numa bolsa olhava-me dizendo, me usa, vai....
Com este mar ? Em menos de 20 minutos desaparecerias para lá do Cabo!

Olhei para a Duna, não tinha percebido o quanto tinha andado, estava bastante longe do carro, nem pensar em voltar agora a casa, esta chumbada que me olhava tinha de dar para a tarde toda e início de noite, que pescador de ocasião eu saí pensei, se o Varela ou o Ferreira me vissem (pescadores locais a quem a autarquia já deve no mínimo uma estátua no topo da Duna:)...enfim,mudança de estratégia, vamos então inventar uma nova modalidade de surfcasting, a batida ao Sargo.

Coloquei o apoio da cana no centro de uma meia circunferência imaginária, lanço para a minha direita e a chumbada levezinha, coitada, como que montada num cavalo marinho juntamente com o camarão nos três anzóis nº2 são imediatamente arrastados pela forte corrente de Noroeste, passam à minha frente e todo o conjunto é cuspido pelo mar em breves minutos à minha esquerda.
Neptuno grita - Não te quero! Volta para casa e enfrenta-me quando estiveres preparado!

Não, não serei derrotado, hoje não e aqui à teus pés o reafirmo!
Com calma deixo passar o "set" e depois a bonança, o suficiente para fazer novo lançamento e ter o isco mais uns minutos dentro de água, a 80 metros da linha da maré, ali onde a rebentação revolve o fundo e o peixe se alimenta, seria assim que iria proceder até à ferragem, olhando para a ponteira da cana tencionada, esperando, pacientemente, quando um leve tremor na linha me fez subir os níveis de adrenalina...espera...pode ser o mar...olhei em volta, sem rebentação, estava calmo, não, não podia ser mar, olhei de novo para a cana, batia loucamente, era Peixe!!!

Começei a caçar a linha lentamente, sempre tensionada e finalmente lá apareceu na espuma o meu almoço de Domingo, um sargo, batendo freneticamente, lindo na sua dignidade, nobre vítima do meu camarão que os sucos o fizeram perder.
Venci.

Com o entusiasmo depressa se faz noite, a multidão há muito que abandonou a praia, apenas eu e a lua num céu vermelho antecipando mais um dia quente, o sargo sozinho no balde com olhar gozão piscando-me o olho dizendo, - deixa lá melhores tempos virão, amanhã será outro dia, são horas de irmos.

Subo a Duna escondida pela noite, a minha paz vai ficando para trás no burburinho de gente, no som das raquetas da Ritinha, nas pegadas na areia, nos peixes e no Oceano.

- Sim Sr. Sargo, amanhã será um outro dia, eu cá estarei à tua espera, até qualquer dia!

28 April 2008



Finley Quaye - Sun is Shining

Sun is shining.

The weather is sweet yeah.
Makes you wanna move those dancing feet.
To the rescue, here I am.
I want you to know y'all.
Here I stand As the morning gathers a rainbow.
I want you to know now, that I'm a rainbow with you.

Cause I'm hero.
Like Robert De Niro.
I know am ital rasta man.
Got to keep I heights.
Protection until time.
The sun is shining.
War is explosive.
You got to demonstrate, demonstrate.
You got to demonstrate, don't fight.
Cause the sun is shining, for you.
There's nothing else to do.

Sun is shining.
The weather is sweet yeah.
Makes you wanna move those dancing feet.
To the rescue, here I am.
I want you to know y'all.
Here I stand, as the morning gathers a rainbow.
I want you to know now, that I'm a rainbow with you.

Woh woh woh yeah, test the eye.
Tes' the eye... Fear no evil.
Channel like a lion, channel like a lion.
Some say - Yeah.
Money in my... One on one.
Money in my pocket.
But I just can't get your love.
Some say - Yeah.
And the sun is shining.
Don't fight, and you got the soul.
And you're chopping it up aero, for you...
There's nothing else to do.

Sun is shining, the weather is sweet.
Makes you wanna move those dancing feet.
To the rescue, here I am.
I want you to know y'all.
Here I stand, as the morning gathers a rainbow.
I want you to know now, that I'm a rainbow with you.

As the morning gathers a rainbow.
I'm rougher than rough.
Cause I'm a rainbow with you.
Tougher than tough.
Channel like a lion, Yeah.
This is some fashion, Yeah.
Spiritual fashion, Yeah.
Woh woh woh, yeah.
Woh woh woh, yeah.

Here I stand

17 April 2008

Ainda sobre a tocha...

http://torchrelaybeijing2008.org/

16 April 2008

Apaga que é tocha!!!


A tocha não existe, nunca existiu, nada tem a ver com ideais, princípios e valores históricos por aí tão apregoados dos antigos jogos e tão rapidamente vexados quando alguém a ela se chega, como se de um santo graal se tratasse.

A linda tocha nasceu como símbolo instituído apenas nos Jogos Olimpicos modernos, e se antes existia deveria servir para a iluminação nocturna, nada mais; apenas o fogo de hera ardia, passivo, acolhedor, intímista...de onde veio esta ideia de maluquinhos a correrem com um vaso flamejante publicitando não se sabe bem o quê ?

Poder?
Não existia em Olímpia durante os jogos submissão à supremacia militar de Esparta ou à económica e intelectual de Atenas, eram todos iguais entre iguais, cidadãos de plenos direitos, as guerras fracticidas paravam, os poetas recitavam, partilhavam-se os valores da democracia, da tragédia e da comunhão, então como e porque surgiu?


Esses mesmos, aqueles jogos onde as pessoas se cumprimentavam de braço em riste com um alegre "heil main fuhrer ",empaticamente hipnotizados por ela tocha goebbleana e pelo bigodes, a poderosa imagem do simbolismo nacionalista rapidamente colada a valores superiores de perfeição e pureza, atributos que a chama rapidamente passou a exorcizar em fornos.

O símbolo no entanto sobreviveu, toda aquela mega produção neo-clássica reavivada pelo modernismo pegou moda e o seu desenho foi constantemente actualizado, consoante os ambientes festivos e objectivos, mas a essência intrinsecamente fascista lá permaneceu, escondida, dormente, à espera...

O espírito olímpico nada têm a ver com a tocha, com o facho, com o ceptro ou com qualquer outro símbolo impositivo de poder, é paz e o direito, a liberdade e cidadania.

Pequim 2008...a chama arde e novamente um pouco de democracia morre, quanto à tocha, o diabo que a carregue que a mim tanto me faz.


14 April 2008


Carta (aberta mais ou menos) ao Alberto,

Comentadores, apoiantes e partidários tudo te suportaram, nós cidadãos rimo-nos das tuas risadas, do teu contra-poderismo bacoco e rudimentar, protegido por orgias maioral de votos, suportados por obra não tua mas de todos nós contribuintes e endividados cidadãos portugueses por ti
tão sábiamente obliterados.

Conheço bem a terra, metade de mim é Madeira, ela é nossa, não tua, tu definharás e ela lá permanecerá, imortal, PORTUGUESA.

Vi com estes olhos a desevolução que prestaste à grande ilha, de canais que maciços virgens esventraram de resultados freáticos duvidosos, de todos os competentes técnicos que encostaste, das marinas para lavagem tão arrumadas, dos jogos que espiaste e da democracia que com este teu ultimo golpe miseravelmente mataste.


O Jardim está podre de poder, a bonacheirice com que que te aturámos nos amarra, mas fatalmente chegará o dia em que te diremos: - Adeus, "semilha" até nunca mais, e isso sim Joãozinho vai ter bastante piada!

08 April 2008

Foge, que ainda sou picado por um Português!


Sim senhor, e eu a pensar que já tinha ouvido, lido e visto todas as parvoíces possíveis nesta minha curta vida, quando surpreso vejo na RTP esta bomba, esta raridade darwinana, dada, com convicção Aristotélica de um pivot para nosso dormente descanso, a seguinte notícia:

- Portugal, vai passar a ter uma rede de vigilância de mosquitos!

Uau, ena pá, que giro, então mas...com temperaturas a rondarem o zero no nosso "ameno Inverno" os mosquitos sobrevivem..humm, não; então com certeza deverá ser por termos níveis de humidade relativa próximos dos dos trópicos, humm, também não; então mas as doenças (febre amarela, malária e dengue) provocadas pela gaija do mosquito são altamente contagiosas? humm, também não...então porquê, meus senhores, porquê?!?!?!?
Ahhh.....as alterações climáticas disseram eles...pois, logo vi que devia haver aqui um dedinho dos apocaliptiqueiros da Ambipur, é que com o aquecimento global, aliás como se pôde ver 2006 foi o ano mais frio do milénio,(lá está, foram as alterações climáticas) os bichos tendem (aqui previsão Nostredâmica) a ficar mais resistentes e mesmo mutar, óbvio, como eu ou o sr. leitor num dia mau..(eu quando mutar quero ser o Berardo), e passar a picar a malta aqui no Hemisfério NORTE(!!!!!) a torto e a direito e depois o que vai ser da nossa Direcção Geral da Saúde, diremos nós, eles os incautos que nada por nós fizeram ?

Mas que sim, fizeram e muito bem, na prevenção é que está o ganho, a capacidade previsional da nossa DGS é exemplar...
Temos de tomar precauções, senão ainda acontece mais uma epidemia como a da gripe das aves e morrem, à vontadinha para ai uns 5 ou 6 chineses, e isso é que era uma tragédia..para os Patos!

Ah, e antes que me esqueça, também ando muito preocupado com os ataques a humanos por Piranhas, Tubarões e especialmente Jibóias, alguém responsável pense no assunto e me faça também Presidente das ditas comissões de monitorização destas espécies. Bom, eu sei que ia ser bastante cansativo (ah, e posso me deslocar aos paises ditos de alto risco, despesas pagas claro está), mas qual mártir vos afirmo e aqui deixo testemunhado por escrito (não me vá acontecer alguma coisa, tal é o risco),a minha disponibilidade para estar sempre na primeira linha de defesa do meu querido e completamente surreal país!

Definitivamente, a realidade tem sempre muito mais piada do que a ficção!

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